1. |
(rosa e a terra)
00:20
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2. |
Margem
06:57
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Que dia violento
Noves fora
Saímos mesmo na hora
Diria que estou a inventar
A vida na margem
Com tendência para deslumbrar
Vieste ao sítio certo
Toda a gente se respeita
Cada um com a sua seita
Ninguém fica descoberto
E aqui ninguém se espanta
Se qualquer gente canta
Cantar
Cantar
Sempre a andar
Lançar
Lançar
O isco à água
Esperar
Picar
Não pescas nada
Cantar
Cantar
Sempre a andar
Um pouco sem saber
Com que roupa fui vestido
Em que caixa fui guardado
Que trajeto foi traçado
O que é de mim pretendido
Quem sou suposto parecer
Quem é que fez esta escada
Que eu não consigo ascender
Vou tentando todo o dia
Toda a gente quer que eu ria
Mas não consigo esquecer
Que tentei na escada errada
Não sou uma história nova
Não sou vinho que se prova
Ainda não sabia andar
Já esperava a coisa amada
Já aguardava passagem
Que me levasse da margem
Mas a vida anunciada
Não me queria aceitar
Disse tantas coisas certas
Dediquei tantas ofertas
Não me queria aceitar
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3. |
Besta
03:47
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Nesta casa cheia
Vergonha de te olhar
Estás em casa alheia
Com pinta de teu lar
Bazar
Agora
Agora nem tu sabes
Se valeu ou não
Agora não contavas
Com a toalha ao chão
Dar por vencida
Esta vida não presta
E o pouco que resta
A lamber a ferida
Beijar o meu amigo
Contar comigo
Para ser uma besta
Lar
Bazar
Agora
Calçar as meias de outro
Os sapatos não
Poupar-me de virtudes
E largar-te a mão
Dar por vencida
Esta vida não presta
E o pouco que resta
A lamber a ferida
Beijar o meu amigo
Contar comigo
Para ser uma besta
Não paramos para pensar
Falar
Depressa
Pessimismos para acabar
Tão sós
Na mesma
É tudo natural
Paciência
Esta merda afinal
É só
Cadência
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4. |
Natureza
04:08
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As temporadas não importam
Ao ritmo que vou
As temporadas não importam
Nem se nota
Quando passam
Nem se notam
E é difícil precisar onde estou
Passei a noite inteira a decidir o que sou
Passaste a noite inteira a adivinhar o que sou
Perto
Certo
Então
Sou uma sombra, deixa a luz entrar
A minha natureza forçada a vergar
Eu nem tive paz
Nem fiz por mal
Eu nem sei
Se mudou ou se está tudo igual
As namoradas não se importam
Que trengo que sou
Os namorados não importam
Nem se nota
O que fazem
Nem eu noto
Primeira aberta e saio logo a voar
Sem parar
Tenho uma certa ideia que não posso aceitar
Sem matar
Tens uma certa ideia que não posso aceitar
Sem matar
Perto
Certo
Então
Sou uma sombra, deixa a luz entrar
A minha natureza forçada a vergar
Eu nem tive paz
Nem fiz por mal
Eu nem sei
Se mudou ou se está tudo igual
Então
Sou uma sombra, deixa a luz entrar
A minha natureza farta de vergar
Eu nem tive paz
Nem fiz por mal
Eu nem sei
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5. |
Gótico Português
06:30
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O corpo dá sinal
De vida
Inalar estas essências
Conhecer outras ciências
Preparo as minhas projeções
Estou certo
A cabeça sente oscilações
Mas o sentido está desperto
São tantas as imagens que me assaltam
Sou forçado a ter de recuar
Conjuro a segurança que me falta
Dou um passo em direção ao ar
E vou tentar
E vou entrar
Aqui estou
Esperava por ti
Estás cheio de sorte
De me encontrar
Tenho o corpo a ferver
Mas consigo ver
Mesmo a delirar
Um perigo de morte
Quem me abraçar
Teria tanto para dizer
A quem me receber
Quem quiser ousar
Escutar
A calma regressou
Respiro
Aclarar coisas escuras
Oferecer outras leituras
Consulto as minhas devoções
Estou perto
A passada tem crepitações
Mas o sentido está correto
São tantas as palavras proferidas
Sou forçado a ter de questionar
As Moiras não previram esta farsa
Que me cabe agora decifrar
E vou tentar
E vou entrar
Estás cheio de sorte
De me encontrar
Tenho o corpo a ferver
Mas consigo ver
Mesmo a delirar
Um perigo de morte
Quem me abraçar
Teria tanto para dizer
A quem me receber
Quem quiser ousar
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6. |
Água morrente
02:31
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Meus olhos apagados,
Vede a água cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, sempre cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, quase morrer...
Meus olhos apagados,
E cansados de ver.
Meus olhos, afogai-vos
Na vã tristeza ambiente.
Caí e derramai-vos
Como a água morrente
Camilo Pessanha, Clepsydra
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7. |
(rosa e o galo)
00:20
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8. |
Lodo
04:36
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Não para de apertar
Aqui de peito aberto
Ó pai
As forças a esgotar
E nunca estive tão certo
A Lua nova não vai durar
Contigo por perto
Ainda vai dando para aguentar
Que importa?
Que importa o que há de vir?
A medo
A mão
O ar pesado
Olhar o chão
De ontem não sobra nada
É crer, em vão
Na vida transformada
Oh não
As forças a esgotar
E nunca estive tão certo
A Lua nova não vai durar
Contigo por perto
Ainda vai dando para aguentar
Que importa?
Que importa o que há de vir?
Não me lembrava já
Que eu venho do lodo, amor
Com a mania da aversão
Eu venho do lodo, amor
Com a mania da perseguição
Eu venho do lodo, amor
Do lodo, amor
E que importa o que há de vir?
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9. |
Deixar ferver
05:57
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Bem sei
Que estou em falta
Por muito que empurre não quer sair
Não me espanta
Não me cansa
Deixar encher
Por muito que peça não quer fluir
Chover
Como é que não me cansa
Se eu não aguento mais?
Como é que não me cansa
Estar partido em três
Forçado a ter
A minha vez?
Se vem a onda
Espero
Sempre a fazer promessas para o ar
Pasmado à sombra
De tudo o que quero
Sincero mas
Sensível ao olhar
Tentei
Fingi fulgor do nada
Mas claro que não basta parecer mandar
Não me espanta
Não me cansa
Deixar ferver
Mas claro que não basta parecer queimar
Doer
Como é que não me cansa
Se eu não aguento mais?
Como é que não me cansa?
Nesta partida a três
Julgava ser
A minha vez
Se vem a onda
Espero
Sempre a fazer promessas para o ar
Pasmado à sombra
De tudo o que quero
Sincero mas
Sensível ao olhar
Que arranquei de ti
Vergonha é o que me falta
Tenho esta inércia para compensar
Para mitigar
Uma harmonia falsa
A queimar por dentro
Nós temos tempo
Sossego é o que me falta
Resta viver no mundo que sobrar
Consolidar o que guardei de ti
Sei que vieste ao engodo
Mas disse que venho do lodo
Disse que venho do lodo
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10. |
(rosa e a arte)
00:25
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11. |
Vida vã
07:46
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Precipitar-me
Espero que não leves a mal
A mea-culpa é honesta
É para mudar
De ar
Esperar dizer
Qualquer coisa sincera
E se bastasse apenas ignorar
Manter a ânsia toda no lugar
Esta vontade a impor-se para saber
O peito a encher
O que falta?
O que falta?
E se
E se falhar
Sem força para perder
A despejar o mal de mim
A navegar assim
Um mar de ti
Afinal
Sem querer
Sem querer, amor, vencer
Se houver outra forma
Consigo até acreditar
Consigo até livrar
O mal de mim
Afinal
Tudo a girar
Cabeça a arder
Queria ser uma coisa discreta
Ao tropeçar na minha direção
Entrei no circo
Estendi a mão
O Porto sempre
Cidade-anã
Os olhos postos
Na vida vã
Os certos
Os mansos
A reação
Que me queriam prostrado
A beijar o chão
Atentos
Aguardam a confissão
Eu já larguei tudo
O que falta?
O que falta?
Não ver
Nem hesitar
Rendido sem saber
Se imaginaste um par em ti
Se é certo o que eu já vi
Guardado aí
Afinal
Tentar
Tentar, amor, manter
Desta ou de outra forma
A vida inteira num lugar
A minha fica aqui
Tão certo em ti
Afinal
Sem querer
Sem querer adormecer
Vem lá
Vem-te embora
Insisto em complicar
A vida inteira num lugar
Ficava aqui até ao final
Ao final
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